Refletindo
a Educação Especial com base no texto:
“O modelo dos modelos” de Italo Calvino
A ideia de contextualizarmos a Educação Especial com o
texto “O modelo dos modelos”,
de Italo Calvino nos remete aos grandes desafios contidos na
nossa Constituição Brasileira de 1988, quando determina no Capítulo III, da
Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205, que prescreve: "A educação
é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu Artigo 208,
prevê: “[...] o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de: [...] atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".
Essa imposição nos leva a crer que a história da Educação Especial no
Brasil já deve ter passado por variados modelos de atendimentos com vistas a
uma educação que permeasse os obstáculos perenes das necessidades educacionais apresentadas
pelos alunos com deficiências.
Para Teresa Mantoan,
a evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase
inicial, eminentemente assistencial, visando apenas ao bem-estar da pessoa com
deficiência para uma segunda, em que foram priorizados os aspectos médico e
psicológico. Em seguida, chegou às instituições de educação escolar e, depois,
à integração da educação especial no sistema geral de ensino. Hoje, finalmente,
choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas
salas de aula do ensino regular.
Apoiados nesse pensamento, acreditamos que nos
modelos pedagógicos não existam receitas prontas para o professor de AEE
atender, de maneira a contentar todas as expectativas do processo de ensino e aprendizagem
da educação inclusiva, mas sim, um querer atuar de maneira a intensificar a
busca pelo conhecimento que seja capaz de auxiliar na “efetivação do direito ao acesso à educação e a
oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, criando condições para a
plena participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas comuns de
ensino regular e nos centros de educação especial”.
Ressaltamos a importância de
cumprir as leis que dão sustentação à inclusão, sobretudo, precisamos colocar em prática o que já
está legalmente garantido para que a diversidade seja respeitada e valorizada,
e assim proporcionarmos a todos os seres humanos o desenvolvimento integral de
suas habilidades e potencialidades favorecendo e reconhecendo o direito às
diferenças.
Dessa
forma, cabe a nós professores do AEE, trabalharmos de forma colaborativa com o
professor da classe comum para definir estratégias pedagógicas que favoreçam o
acesso e permanência do aluno com necessidades educacionais especiais ao
currículo e a sua interação no grupo; promover as condições desses alunos em
todas as atividades da escola; orientar as famílias para o seu envolvimento e
sua participação no processo educacional; informar a comunidade escolar frente à
legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional;
participar do processo de identificação e tomadas de decisão inerente ao
atendimento das necessidades especiais dos alunos; preparar materiais
específicos para o uso dos alunos na sala de recursos; orientar a elaboração de
material didático - pedagógico que possam ser utilizados pelos alunos nas
classes comuns do ensino regular e articular, com gestores, coordenadores e
professores para que o projeto político pedagógico da instituição de ensino se
organize coletivamente considerando os aspectos da educação inclusiva.