domingo, 29 de junho de 2014

REFLETINDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL COM BASE NO TEXTO: “O MODELO DOS MODELOS” DE ITALO CALVINO

Refletindo a Educação Especial com base no texto:
“O modelo dos modelos” de Italo Calvino

A ideia de contextualizarmos a Educação Especial com o texto “O modelo dos modelos”, de Italo Calvino nos remete aos grandes desafios contidos na nossa Constituição Brasileira de 1988, quando determina no Capítulo III, da Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205, que prescreve: "A educação é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu Artigo 208, prevê: “[...] o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".
Essa imposição nos leva a crer que a história da Educação Especial no Brasil já deve ter passado por variados modelos de atendimentos com vistas a uma educação que permeasse os obstáculos perenes das necessidades educacionais apresentadas pelos alunos com deficiências.  

Para Teresa Mantoan, a evolução dos serviços de educação especial caminhou de uma fase inicial, eminentemente assistencial, visando apenas ao bem-estar da pessoa com deficiência para uma segunda, em que foram priorizados os aspectos médico e psicológico. Em seguida, chegou às instituições de educação escolar e, depois, à integração da educação especial no sistema geral de ensino. Hoje, finalmente, choca-se com a proposta de inclusão total e incondicional desses alunos nas salas de aula do ensino regular.
Apoiados nesse pensamento, acreditamos que nos modelos pedagógicos não existam receitas prontas para o professor de AEE atender, de maneira a contentar todas as expectativas do processo de ensino e aprendizagem da educação inclusiva, mas sim, um querer atuar de maneira a intensificar a busca pelo conhecimento que seja capaz de auxiliar na efetivação do direito ao acesso à educação e a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, criando condições para a plena participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas comuns de ensino regular e nos centros de educação especial”.
Ressaltamos a importância de cumprir as leis que dão sustentação à inclusão, sobretudo, precisamos colocar em prática o que já está legalmente garantido para que a diversidade seja respeitada e valorizada, e assim proporcionarmos a todos os seres humanos o desenvolvimento integral de suas habilidades e potencialidades favorecendo e reconhecendo o direito às diferenças.
Dessa forma, cabe a nós professores do AEE, trabalharmos de forma colaborativa com o professor da classe comum para definir estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso e permanência do aluno com necessidades educacionais especiais ao currículo e a sua interação no grupo; promover as condições desses alunos em todas as atividades da escola; orientar as famílias para o seu envolvimento e sua participação no processo educacional; informar a comunidade escolar frente à legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional; participar do processo de identificação e tomadas de decisão inerente ao atendimento das necessidades especiais dos alunos; preparar materiais específicos para o uso dos alunos na sala de recursos; orientar a elaboração de material didático - pedagógico que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular e articular, com gestores, coordenadores e professores para que o projeto político pedagógico da instituição de ensino se organize coletivamente considerando os aspectos da educação inclusiva.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA ALUNOS COM TGD/TEA

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA PARA ALUNOS COM TGD/TEA

Segundo VYGOTSKY (2000), as tecnologias podem ser concebidas através da teoria sócio-histórica como instrumentos culturais de aprendizagem. A questão da cultura permeia toda a obra de Vygotsky. Ela é referenciada como um produto e produtor, ao mesmo tempo, da vida socializada e da atividade social do homem.
 O Comitê de Ajudas Técnicas - CAT conceitua a Tecnologia Assistiva como sendo uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
 Considerando a Tecnologia Assistiva, podemos citar como exemplos de recursos de Baixa Tecnologia destinada aos alunos que apresentam TGD/TEA: pranchas de comunicação, mesa, prancha de olhar, avental, cartões, cadernos de comunicação, porta documentos/cartões, álbum de fotografias, etc. Entre os quais, podemos conceituar e apresentarmos dois exemplos de recursos:

Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando-se objetos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário. Essas pranchas podem estar soltas ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo vai olhar, apontar ou ter a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.



Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar.



Os Símbolos de Comunicação Pictórica (PCS) formam um sistema de comunicação completo com mais de 11.000 símbolos e foram originalmente desenhados para criar, rápida e economicamente, recursos de comunicação consistentes e com acabamento profissional. São utilizados extensivamente em inúmeros tipos de atividades de aprendizado e pesquisas científicas. Os símbolos PCS apresentam grande transparência e inteligibilidade e foram criados no início dos anos 80 pela fonoaudióloga americana Roxanna Mayer Johnson, compondo atualmente o conjunto de símbolos mais difundido em todo o mundo.

Estes símbolos podem ser utilizados como Estratégias Pedagógicas:


As pranchas de comunicação e os aventais podem ser utilizados como estratégias pedagógicas, destinadas ao público de alunos que apresentam TGD/TEA, na faixa etária de 02 a 16 anos de idade. Podem ser utilizados e explorados considerando os vários ambientes em que a criança esteja inserida. As figuras escolhidas para construir as pranchas de comunicação e os aventais devem corresponder ao contexto de vida real da criança para que possa surtir o efeito esperado e demandar funcionalidade ao tema proposto.
         Considerando o ambiente escolar, as pranchas de comunicação e os aventais permitem intervenções aos professores que podem utilizar esses recursos para facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno através de contação de histórias, orientação de Atividades de Vida Diárias-AVD’s, estabelecimento de regras de hábitos de higiene e saúde, desenvolvimento do raciocínio lógico, conhecimento dos animais, entre outras atividades. Estas atividades podem ser adotadas de forma individual e coletiva por professores de AEE, sala de aula comum, Biblioteca, laboratório de informática, etc. pela capacidade de alcance e simplicidade que as mesmas trazem.
      Os recursos tecnológicos sugeridos devem ser utilizados com o objetivo de promover mediação entre o aluno e seus pares em um processo de interação com uso da comunicação e linguagem para que os mesmos interajam com o objeto.
Ressalta-se que as pranchas de comunicação podem ultrapassar o ambiente escolar, pois o foco das atividades consiste na ampliação das formas de comunicação, no comportamento e na interação social da criança. Assim, estendendo-se ao ambiente do contexto de vida familiar e social da criança a exemplo de fotos e figuras de objetos pessoais da criança e dos demais familiares com o objetivo de estabelecer a comunicação e linguagem para a vida prática, autonomia e independência da mesma, bem como auxiliar no seu processo de desenvolvimento cognitivo e emocional.

“Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993).


Referências:
http://www.clik.com.br/mj_01.html [acesso em 28/05/2014].

sexta-feira, 18 de abril de 2014

INFORMATIVO SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Surdocegueira é uma deficiência única, que apresenta a perda da audição e visão de tal forma que a combinação das duas deficiências impossibilita o uso dos sentidos de distância, cria necessidades especiais de comunicação, causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, recreativas, sociais, para acessar informações e compreender o mundo que o cerca.
Classifica-se em pré-linguísticos (perdas anteriores à aquisição da linguagem) e pós-linguísticos (perdas após a aquisição da linguagem).
Para McInnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte. E subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias: indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos; indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos; indivíduos que se tornaram surdocegos; indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.
McInnes (1999) refere sobre a aprendizagem de pessoas com surdocegueira: indivíduos com surdocegueira demonstram dificuldade em observar, compreender e imitar o comportamento de membros da família ou de outros que venha entrar em contato, devido à combinação das perdas visuais e auditivas que apresentam.
Assim, as necessidades básicas das pessoas com surdocegueira encontram-se em buscar a sua verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; a autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular (MEC/SEESP, 2010).        
Deficiência Múltipla é considerada pessoa com deficiência múltipla aquela que "tem mais de uma deficiência associada. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social" (MEC/SEESP, 2010).
A comunicação entre os seres humanos é um processo interpessoal por meio do qual se estabelecem vínculos com os outros; esta relação é estabelecida de diferentes maneiras e, segundo as possibilidades comunicativas de cada um, pode acontecer com movimentos do corpo, utilizando objetos do ambiente ou desenvolvendo um código lingüístico (Ximena Serpa).
A partir deste conceito, podemos exemplificar como semelhanças nas estratégias do processo de ensino das pessoas com surdocegueira ou DMU as técnicas apresentadas pelo (MEC/SEESP, Fascículo V - 2010): "mão-sobre-mão" [Mão sobre mão: a mão do professor é colocada em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem o controle da situação] ou A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Surdocegueira e Deficiência Múltipla a "mão sob mão" [Mão sob mão: a mão do professor é colocada em baixo da mão do aluno de modo a orientar o seu movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com segurança] são importantes estratégias de intervenção para o estabelecimento da comunicação com a criança com surdocegueira.
Segundo informações, (MEC/SEESP, Fascículo V - 2010): tanto as pessoas com surdocegueira e com deficiência múltipla, que não apresentam graves problemas motores, precisam aprender a usar as duas mãos. Isso para servir como tentativa de minorar as eventuais estereotipias motoras e pela necessidade do uso de ambas para o desenvolvimento de um sistema estruturado de comunicação.
Ressaltamos que, o papel do professor, intérprete ou guia-intérprete junto à criança surdocega será o de suprir sua carência de funcionamento sensorial com estímulos organizados e significativos, promovendo a construção de sua consciência e imagem corporal, seu desenvolvimento motor e afetivo, e também sua autonomia (Erikson, 2002).
Segundo Freeman (1991), o sucesso no processo da educação das crianças surdocegas depende em grande parte dos pais, por serem eles, ao longo da vida, as pessoas que maior influência terão na educação de seus filhos. Quando eles participam do processo educacional, apoiando e compartilhando conhecimentos com os profissionais, a criança surdocega aprende a amenizar os obstáculos que enfrenta. Sem a participação da família é impossível realizar o trabalho com base na transdisciplinaridade, necessário ao adequado desenvolvimento do programa educacional.
Deste modo, concluímos que o processo de ensino aprendizagem das pessoas com surdocegueira ou DMU é possível. Dependem da nossa formação inicial e continuada, dedicação e carinho para com todos os envolvidos.


Referências:
MEC. Secretaria de Educação Especial. Educação infantil; saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: surdocegueira/múltipla deficiência sensorial. Brasília: 2006.
MEC. Secretaria de Educação Especial. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Brasília: 2010.
Serpa, Ximena. Comunicação para Pessoas Surdocegas. 2005.

sábado, 15 de março de 2014

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DA PESSOA COM SURDEZ NA ESCOLA COMUM

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DA PESSOA COM SURDEZ NA ESCOLA COMUM

Desde os primórdios da humanidade que as pessoas com deficiências, inclusive pessoas com surdez existem e que por muito tempo ficaram escondidas pela sua condição, isso quando não eram rejeitadas e abandonadas. Muitas famílias escondiam os seus parentes por uma questão imposta pela sociedade. Com o passar dos tempos foram surgindo movimentos sociais que contribuíram para exigências de adoção de políticas de educação capazes de contemplar esse público da nossa sociedade, para atender suas especificidades no contexto sócio e educacional de maneira humanística e legal. 
As políticas de educação foram surgindo e adaptando-se para a especificidade de cada deficiência, assim:
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) vem ao encontro do propósito de mudanças no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais para promover a participação e aprendizagem dos alunos com surdez na escola comum. Muitos desafios precisam ser enfrentados e as propostas educacionais revistas, conduzindo a uma tomada de posição que resulte em novas práticas de ensino e aprendizagem consistentes e produtivas para a educação de pessoas com surdez, nas escolas públicas e particulares. (MEC/SEESP, 2010).
A Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002 referente a Língua Brasileira de Sinais estabelece em seus artigos:
Art.1° É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS a forma de expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria constituem fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
E ainda, postula de forma relevante que os sistemas educacionais adotem em suas estruturas as seguintes considerações:
Art.4° O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, conforme a legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais – Libras não poderá substituir a modalidade escrita da Língua Portuguesa. (BRASIL, 2002).
A utilização da língua de sinais por parte dos surdos é por si só, o fato que melhor sublinha esse conjunto de relações assimétricas de poder e evidencia aquilo que a maioria ouvinte quer desterrar das escolas de surdos: a surdez. (SKLIAR, 1998, p.23).
A obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo. 
Do ponto de vista histórico as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez se fundamentaram em três abordagens diferentes: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo.
Na perspectiva inclusiva da educação de pessoas com surdez, o bilinguismo que se propõe é aquele que destaca a liberdade de o aluno se expressar em uma ou em outra língua e de participar de um ambiente escolar que desafie seu pensamento e exercite sua capacidade perceptivo-cognitiva, suas habilidades para atuar e interagir em um mundo social que é de todos, considerando o contraditório, o ambíguo, as diferenças entre as pessoas. (MEC/SEESP, 2010).
Frente à perspectiva inclusiva da educação de pessoas com surdez:
Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngüe, a escola está assumindo uma política lingüística em que duas línguas passarão a co-existir no espaço escolar. Além disso, também será definido qual será a primeira língua e qual será a segunda língua, bem como as funções em que cada língua irá representar no ambiente escolar. Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão acessíveis às crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai depender de “como” “onde” e “de que forma” as crianças utilizam as línguas na escola. (MEC/SEESP, 2006).
O Atendimento Educacional Especializado – AEE para pessoas com surdez por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva disponibiliza serviços e recursos. Esse atendimento tem como função organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas à autonomia e à independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela. 

O AEE para alunos com surdez, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades dessas pessoas, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e aprendizagem.

domingo, 8 de dezembro de 2013

DESCRIÇÃO E AUDIODESCRIÇÃO


Para melhor entender o que é audiodescrição, sugiro uma visita ao site abaixo, o qual apresenta conceitos básicos bastante interessantes sobre audiodescrição, bem como sua aplicabilidade, histórico, etc.





O vídeo intitulado Boas Maneiras da Turma da Mônica pode ser explorado do ponto de vista pedagógico dado a sua temática auxiliar nas questões que envolvem as relações humanas para o convívio harmonioso na escola e fora dela tanto para os alunos que apresentam a deficiência visual – cegueira e baixa visão, uma vez que o mesmo dispõe da audiodescrição que reproduz as riquezas de detalhes do vídeo, como também para os demais alunos.


domingo, 20 de outubro de 2013


APLICAÇÃO DE JOGOS PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Segundo Piaget (1978), a construção de estruturas mentais desenvolve a aquisição do conhecimento e, nesse sentido, a brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do conteúdo da inteligência, igual à aprendizagem e também é compreendida como conduta livre, espontânea, que a criança expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe dá. O brincar desperta a imaginação, abrindo novas possibilidades de aprendizagem, pois, neste estágio, a criança tem liberdade de criar, imaginar e é por meio da ludicidade que a criança exterioriza seus anseios e imita o mundo dos adultos.

QUEBRA-PALAVRAS

             Fonte: Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar, 2008.


O jogo quebra-palavras objetiva estimular o aluno com deficiência intelectual o interesse por letras e palavras, composição de figuras e palavras, reconhecimento de letras, ordenação das letras na palavra.
Descrição: Pedaços de papel cartão com 15cm de altura e comprimento de acordo com a extensão da palavra, nas quais são desenhadas (ou coladas) figuras e, abaixo das mesmas, a palavra correspondente, em letra de forma. As cartelas são cortadas em tiras verticais de forma que a cada letra corresponda um pedaço da figura.
Exploração: o professor do AEE deverá fazer a intervenção pedagógica ao estimular os aspectos de mecanismos da aprendizagem ao entregar para a criança o conjunto de tiras de cada figura e sugere que a mesma descubra qual palavra poderá ser formada. A composição da figura é também a composição da palavra.
De acordo com Vygotsky (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma, pois o aprendizado é uma ação humana inerente a cada indivíduo e, se aprender é uma ação individual, pelo contrário, ensinar é um ato coletivo, no qual se espera que o professor disponibilize a todos os alunos sem exceção um mesmo conhecimento.

Referências

MAFRA, Sônia Regina Corrêa. O lúdico e o desenvolvimento da criança deficiente intelectual. [Paraná]: Secretária de Estado da Educação, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2444-6.pdf>. Acesso em: 18. Out. 2013.

domingo, 8 de setembro de 2013

Tecnologia Assistiva



“O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008). Deste modo, “o AEE vem se apoiando nos recursos da tecnologia assistiva que são recursos e serviços que visam facilitar o desenvolvimento de atividades diárias por pessoas com deficiência. Procuram aumentar as capacidades funcionais e assim promover a independência e a autonomia de quem as utiliza”. (MELO, 2007, p. 94). Podemos ainda conceituar a "tecnologia assistiva como uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas - CAT).
"Hoje em dia é sabido que as tecnologias da informação e comunicação vêm se tornando de forma crescente, importantes instrumentos de nossas culturas e, sua utilização, meio concreto de inclusão e interação no mundo" (LEVY apud BASTOS, 2007, p.30). Devourny (2007, p. 8) menciona a importância dos profissionais em ajudar os deficientes na superação das barreiras ao acesso a informação e ao conhecimento, para contribuir e reduzir o preconceito social e promover maior integração das pessoas com deficiência.
A Sala de Recursos Multifuncionais é, portanto, um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais. (...) A denominação sala de recursos multifuncionais se refere ao entendimento de que esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das diversas necessidades educacionais especiais e para desenvolvimento das diferentes complementações ou suplementações curriculares. (ALVES, 2006, p. 14). Assim, os profissionais da SRM utilizam as altas ou baixas tecnologias na tentativa de solucionar as dificuldades apresentadas pelos alunos.
Segue abaixo algumas Tecnologias Assistivas-TA que podem ser utilizadas para que os alunos possam melhorar a suas necessidades e desenvolverem atividades como recorte, desenho, pintura, leitura, escrita, alimentação, higiene, etc.







Descrição:

“Buscando construir bases e alicerces para o aprendizado, a criança pequena com deficiência também necessita experimentar, movimentar-se e deslocar-se (mesmo do seu jeito diferente); necessita tocar, perceber e comparar; entrar, sair, compor e desfazer; necessita significar o que percebe com os sentidos, como qualquer outra criança de sua idade”. Assim a criança com deficiência através da TA poderá conseguir construir a sua aprendizagem de forma significativa.

Habilidades:

Segundo Rita Bersch, o uso da TA na escola é um meio de buscar, com criatividade, uma alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa. É encontrar uma estratégia para que ele possa fazer de outro jeito. É valorizar o seu jeito de fazer e aumentar suas capacidades de ação e interação a partir de suas habilidades. Assim a TA busca melhorar a funcionalidade da vida das pessoas com deficiência para auxiliar a desenvolver suas habilidades nas atividades de vida diárias – AVDs, acessibilidade, comunicação, mobiliário e na proposição da educação inclusiva para autonomia do aluno.
[...] é necessário que os professores conheçam a diversidade e a complexidade dos diferentes tipos de deficiência física, para definir estratégias de ensino que desenvolvam o potencial do aluno. De acordo com a limitação física apresentada é necessário utilizar recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida. (BRASIL, 2006, p. 29)